No último 29 de outubro foi o Dia Nacional do Livro. Estou um pouquinho atrasada na homenagem, mas não poderia deixar de comentar aqui a minha profunda alegria de trabalhar como designer de livros.
Ao longo da minha carreira, elaborei inúmeros projetos gráficos, desenhei muitas capas. Aprendi tanto com todos os autores e editores com os quais trabalhei. Como designer e ilustradora, é um privilégio imenso ter desenvolvido capas para autores como Silviano Santiago, Leonardo Fróes, Silvia Plath, Maria Adelaide Amaral, Walnice Nogueira Galvão, Flora Sussekind, Gabriel Waldman, Rafael Nolli, entre outros.
Como diria Antônio Candido, em Um Direito à Literatura: “Uma sociedade justa pressupõe o respeito dos direitos humanos, e a fruição da arte e da literatura em todas as modalidades e em todos os níveis é um direito inalienável. (…) A literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante.”
O livro é, de fato, um objeto muito importante para a produção cultural de um país e é sempre tempo de lembrar: ler nos faz melhores. Mais humanos, mais sensíveis e com ferramentas para compreender melhor o mundo.
O Brasil é um país com uma rica tradição literária e de grande expressão no design editorial. Recentemente, tive a oportunidade de participar do 14º Prêmio Brasileiro de Design como parte do júri na categoria Design Editorial. O prêmio é organizado pela ABEDESIGN (Associação Brasileira de Empresas de Design). O tema do BDA nesta 14ª edição é IDENTIDADE BRASIL, visando a valorizar e fortalecer cada vez mais nosso bom design brasileiro: democrático, simpático, inventivo e que emociona ao redor do mundo. Em breve serão divulgados os premiados e haverá uma cerimônia de premiação a altura. Posso dizer que, na minha experiência como parte do júri, me deparei com projetos editoriais de altíssima qualidade.
O Prêmio é um recorte da nossa extensa produção nacional. Conseguimos avaliar e selecionar projetos que dão um brilho nos olhos. Projeto diversos não apenas de livros, como também de catálogos, jornais, publicações digitais, publicações corporativas, autopublicações e projetos estudantis. O nosso design editorial está vivo, pulsando a despeito das flutuações do mercado. A nossa diversidade cultural vira o jeito que a gente faz design e essa é a riqueza de ser designer no Brasil.
Karina Freitas
Designer